Como descobri meu diagnóstico (Parte 2 de 4)

Era uma médica jovem, daquelas bravas… empoderada… (minha segunda sorte). Ela pediu um exame de sangue e uma tomografia… que demoraram quase 2 horas pra ficar prontos… e a santa da minha mãe me aguentando de cara amarrada… resmungando. P da vida por estar no hospital em uma noite que eu ia sair… repeti umas vinte vezes pra ela, que tudo aquilo era culpa dela… que estava perdendo meu tempo pra não ser nada… que pronto-socorro só sabia falar que era virose… enfim… aquela chata, mimada, irritada e mal educada… Até que, enfim saíram os resultados dos exames.. voltei pro consultório e a médica informou que a tomografia tinha uma pequena alteraçãozinha, mas que ela não estava certa ainda do que era e que iria pedir uma ressonância magnética (ponto pra médica, mega competente)… Eu fiquei toda feliz, pensei pronto, agora pego essa guia pra fazer a RM e vou embora curtir o gatinho… amanhã agendo essa ressonância pra daqui um mês e daqui uns três meses quando lembrar pego o resultado e tá tudo resolvido… foi então que para meu desespero, a médica deu a seguinte informação: “Esse tipo de exame, pra emergência, só faz com internação, então já estou abrindo uma ficha pra você internar hoje mesmo”. Como é que é???

Dei risada… imagina que precisava de tudo isso.. Pedi pra ela me dar a guia, que agendava em outro lugar… ela insistiu, e disse que se eu não aceitasse ficar internada, teria que assinar um termo me responsabilizando. O que é uma assinatura para quem estava loca pra ir embora??? Daria 12 assinaturas se preciso fosse… perguntei pra ela: “Eu vou morrer se não fizer esse exame hoje? Só fico se você disser que vou morrer!”… Nessa altura minha mãe já focava o olhar na janela, nem virava pra mim… estava apertando os lábios e segurando a boca com a mão pra não falar, porque sabia que eu comeria ela viva qualquer suspiro que ela desse… Foi então que a médica mais uma vez mostrou pra que veio… levantou da cadeira, colocou as duas mãos na mesa e falou em alto e bom som:

“- Escuta aqui menina, você está sendo mimada e irresponsável! Sabe quando custa um exame desse? Sabe quantas pessoas estão lutando para conseguir fazer um desse? Você vai ficar em um quarto confortável, com tv, internet, comida boa, e tudo que precisa e está fazendo esse drama todo? E daí que é sexta-feira? E daí que não vai poder sair hoje? Você já tá grandinha demais pra esse tipo de comportamento!” (Muitos pontos pra ela)

Eu só pude abaixar a cabeça e responder:

“Eu sempre quis fazer esse exame. Eu vim pra isso inclusive. Pode me internar!”

Depois de tomar esse 7×1 da médica, passei uma ótima noite no hospital (Clarooo que inventei uma historinha pro gato, porque quem ia querer ter um date no sábado, com alguém que foi internada na sexta? E remarquei pro dia seguinte… tadinha de mim…), fiz o exame na madrugada… e por mensagem já combinei com minha mãe, pra ela vir me buscar assim que acordasse. (continua na parte 3)

Eu aprendi a controlar meus impulsos de raiva, aprendi a ser mais paciente, e a me comunicar de uma forma muito mais empática, e posso e quero te ajudar também!